sexta-feira, 28 de março de 2008

Dia 07 de março Cairo/Monte Sinai

Iniciamos o dia com um passeio à Vila Faraônica, um local de entretenimento que remete ao Egito Antigo. Fica às margens do Rio Nilo e chega-se até lá de barco, tendo em volta uma plantação de papiros... Durante o trajeto há a encenação das passagens históricas e cotidianas da época, iniciando pela história de Moisés. Trata-se de uma fiel reconstrução desta avançada civilização que floresceu há milhares de anos atrás.



Ao desembarcarmos, ainda na Vila Faraônica, há uma sala que reconstrói a disposição em que foram encontrados os tesouros de Tutankamon, em suas respectivas câmaras. Como já havíamos passado pelo museu, a réplica, embora bem feita, em nada se comparava a original.


Saímos do Cairo e iniciamos a viagem do Êxodo, tal qual o povo de Israel há mais de cinco mil anos. Pelo deserto do Sinai atravessamos o Canal de Suez, que tem 163 km de extensão e liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo... Atualmente, há um túnel subterrâneo e atravessamos o Canal de ônibus...



Paramos em Mara, uma vila de beduínos que a tradição determina como o local das fontes amargas (Êxodo 15:23-27).
Na viagem do Êxodo, Moisés conduziu o povo até a montanha da Lei (Êxodo 20). Ao longo das rotas que atravesam o deserto há ruínas antigas e o colorido das montanhas de pedras é diferente de tudo que já vi. Aqui confesso que nunca imaginaria encontrar beleza no deserto... outra ignorância minha!
Hotel (ao fundo, Monte Sinai).
Foram cinco horas pelo deserto até a região do Monte Sinai antes de chegarmos ao Hotel Catherine Plaza em Sta. Catherina. Naquela madrugada, as pessoas que desejassem, poderiam subir ao Topo do Monte Sinai. Eu já havia saído de casa com o propósito de não subir, por se tratar de um caminho estreito, com pedras pontiagudas, congestionado de turistas e camelos, de madrugada e com temperatura por volta do zero grau...
Enfim, aqueles que subiram disseram se tratar de uma experiência única!

Dia 06 de março - Cairo.

Iniciamos o nosso dia de viagem conhecendo as pirâmides do Egito.


As maiores pirâmides egípcias são as dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos em Gizé (ou Giza) e representam a única das sete maravilhas do mundo antigo que resistiram a força do tempo.

Entrei em uma das pirâmides de Gizé (visto que só fica aberta uma de cada vez). A decepção ocorre porque dentro dela não há mais nada, somente um sarcófago vazio. Porém, entrar por aquelas galerias estreitas e sombrias, descer agachada pelos corredores, ficar sufocada e inebriada naquela atmosfera melancólica é algo que não há palavras que expressem...
Aliás, eu não consigo expressar o que senti diante das pirâmides... é algo tão alucinante que não há como descrever... Eu amo a História Antiga e estar naquele lugar foi sentir a História penetrando no meu imaginário, reviver o passado, sonhar acordada...


A visita seguinte foi à esfinge. Fiquei um pouco frustrada... Mas, não tem nada a ver com o monumento, e sim com minha ignorância. Geralmente, ao fundo das fotos da esfinge está a pirâmide de Quéfren, a segunda maior da História, dando a impressão que ela é bem maior.



À tarde seguimos ao centro do Cairo para visitarmos o Museu Arqueológico, onde se encontra os tesoutros achados na tumba do famoso faraó Tutankamon, a única que não foi saqueada por ladrões e caçadores de recompensas. Como ocorre em todo museu do mundo, não se pode tirar fotos.
O museu é fantástico... pena que necessita de um dia inteiro para ser visitado.
Finalizamos o dia a bordo de um pequeno navio no Rio Nilo, com comidas e danças típicas. O curioso neste passeio foi a realização de uma cerimônia de casamento (reservada), onde a noiva, de branco e coberta da cabeça aos pés, bem como as mulheres presentes emitiam uns sons, que me fizeram lembrar os rituais das tribos africanas.
Não tenho fotos do jantar no Nilo, pois filmei... Qdo aprender a fazer a conversão eu posto a filmagem... Rsrsrsrs...

Madrugada do dia 05 - Egito

Chegamos ao Egito de madrugada, por volta das três da manhã.

Estávamos bem cansados, mas fomos rapidamente despertados!!! O Aeroporto do Cairo é sombrio, mas tudo funciona... a entrada no país foi rápida (bem diferente da Itália) e o guia nos aguardava, auxiliando-nos com o visto e os procedimentos.

Porém, o estacionamento é de terra batida, onde qualquer pessoa pode entrar. Assim que saímos do aeroporto, em direção ao estacionamento, levamos o primeiro susto, pois um rapaz foi impetuosamente na direção da bolsa de uma das integrantes do grupo.

O mais interessante foi que este mesmo rapaz começou ajudar ao grupo, juntamente com outros, a colocar as bagagens no ônibus. Tínhamos orientação para não aceitar qualquer tipo de ajuda! Então nós mesmos colocamos nossas bagagens no ônibus, ocorre que, eles tiravam as malas alocadas para recolocar e pedir dinheiro, ou melhor, dólares.

Havia uma escolta da polícia observando os dois grupos de estrangeiros que chegaram naquela madrugada... o nosso grupo e outro do Japão.

Não sabemos ao certo o que aconteceu, nem o porquê, mas o grupo de Japoneses não foi importunado pelos tais rapazes...

Aquele episódio assustou bastante e eu tive, naquele momento, uma impressão muito ruim do Egito. Uma impressão que demorou a ser desfeita... Mas, sem o estresse das quase 35 horas de viagem, entre a chegada no aeroporto do Rio e o aeroporto do Cairo, a má impressão se dissipou.

O deslocamento entre o aeroporto do Cairo e o hotel demorou muito... Confesso que não sei se demorou mesmo ou, se em decorrência do medo, o trajeto ficou maior. Chegamos ao belíssimo Hotel Grand Pyramids, onde já se via o contorno da Pirâmide de Gizé ao fundo...

quinta-feira, 27 de março de 2008

O tour em Milão

Chegamos em Milão no final da manhã do dia 05 (horário local).

Do avião avista-se os Alpes Suiços... Belíssima visão!

Milão é a cidade mais importante do norte da Itália, sinônimo de arte, cultura, história e moda. Lá se encontra a pintura mais famosa da história da humanidade: "A Última Ceia" de Leonardo da Vinci.

Confesso que a coincidência foi perfeita... Trocaram a nossa escala de Madri para Milão, lugar da "A Última Ceia". Foi a História se delineando...

Durante a visita, conhecemos o símbolo mais importante de Mílão... Duomo de Milano, uma catedral em estilo gótico, a maior do mundo, tendo a sua construção durado mais de quinhentos anos (já comentei sobre o Duomo em outra postagem).
Duomo de Milano
Junto ao Duomo, encontram-se as Galerias Vittorio Emmanuele II. Lá localizam-se as boutiques e os restaurantes mais atrativos da cidade (caríssimos!!!). Ainda nas Galerias, encontra-se o Teatro de Scala, o mais famoso da Itália e um dos mais prestigiados do mundo.


Galeria Emmanuele.
Visitamos o Castelo Sforzesco, o segundo maior monumento público de Milão e principal legado do Renascimento. Em seu interior está a Pinacoteca Ambrosiana; o Museu do Castelo, com uma infinidade de obras de artistas como Leonardo da Vinci, Rafael Y Caravaggio; e, ainda, uma biblioteca rica em manuscritos.

Foi uma visita rápida e proveitosa. À noite embarcamos para o Egito pela Alitalia.

Terça, 04 de março



Dia da grande viagem...

Havia muita expectativa e tensão... A viagem à Terra Santa foi um curso de História de Israel, com enfoque histórico e arqueológico, voltado aos alunos de História, Arqueologia e Teologia.

O grupo era composto de alunos de Teologia da FAECAD, estudantes de História da Suam e religiosos, integrantes de várias Igrejas Evangélicas.

Eu era a única católica do grupo, embora não praticante, e fiquei com receio da aceitação.

Em verdade, naquele grupo, eu era sui generis... Não curso História, Arqueologia ou Teologia; não sou evangélica; e não sou religiosa...
Meu objetivo era estudar, conhecer a Bíblia, vivenciar a História, adquirir conhecimento, experimentar a cultura, interagir...

Cheguei na madrugada do dia 17


Cheguei na madrugada do dia 17... Lá em casa tinha uma festa me esperando, com bolas, cartazes, bolo com vela e uma pizza.

Infelizmente, minha bagagem extraviou e esperei até o último vôo de São Paulo chegar, antes de abrir o processo... (Estava atrasaso, pois em São Paulo chovia muito). A bagagem não veio naquela noite e, quando cheguei, o Douglas já estava dormindo...
Aliás, eu só peguei a bagagem no sábado, dia 22. Ufa!!!

Voltei


Voltei!

Há uma semana preparava os textos da viagem para postar no blog... como participei de um curso sobre o Estado de Israel, eu havia selecionado passagens da viagem, textos históricos, textos bíblicos e minhas impressões pessoais...

Ontem terminei os doze textos... Hoje, na revisão, consegui apagá-los... Fiquei muito triste, preciso ter mais atenção... Meu coração ainda está apertado... Havia tanto sentimento escrito!!!
Vou recomeçar..., mas não sei se vou concluir... nem sei se será igual!

domingo, 2 de março de 2008

Duomo de Milano


Duomo de Milano ou "Casa de Milão" se localiza na praça central da cidade. Trata-se do maior e mais complexo exemplo de arquitetura gotica na Italia.
A realização da construção deste monumento foi muito difícil e durou mais de quinhentos anos, começando em 1386 e terminando em 1887. Isto mesmo, quinhentos anos!
Grata surpresa!!! Um dia em Milão...
Conto mais na volta!!!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
Decore seu poema favorito.
Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.
Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos.
Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
Acredite em amor à primeira vista.
Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
Ame profundamente e com paixão.
Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
Fale devagar mas pense com rapidez.
Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte:
"Porque você quer saber?".
Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
Ligue para sua mãe.
Diga "saúde" quando alguém espirrar.
Quando você se deu conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
Quando você perder, não perca a lição.
Lembre-se dos três R's: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.
Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
Passe mais tempo sozinho.
Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
Leia mais livros e assista menos TV.
Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
Confie em Deus, mas tranque o carro.
Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual.
Não fale do passado.
Leia o que está nas entrelinhas.
Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
Seja gentil com o planeta.
Reze. Há um poder incomensurável nisso.
Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.
Cuide da sua própria vida.
Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
Usufrua o amor e a culinária com abandono total.


Dalai Lama

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Egito


Localizado no nordeste da África, o Egito é um grande deserto cortado pelo verde do Rio Nilo. As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos são patrimônios da humanidade. Cairo é a capital do país, uma cidade com mil anos de cultura árabe. Hoje o país tem costumes ocidentalizados, as mulheres trabalham fora e a maior parte não usa véu para cobrir o rosto. Lá chove três dias por ano, o calor é intenso e quase toda a área disponível está coberta de areia.

Limita-se ao norte com o mar Mediterrâneo, a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão, a leste com Israel, o golfo de Aqaba e o mar Vermelho. O mar Mediterrâneo banha as costas setentrionais, onde se abre o delta do Nilo; o mar Vermelho costeia o litoral oriental. O canal de Suez liga ambos os mares e separa a África da Ásia.

O Egito faz parte do mundo cultural árabe-islâmico. O estado promove a cultura por meio do Instituto do Egito, fundado em 1859, sobre a base de um instituto criado por Napoleão, e da Academia de Língua Árabe, fundada em 1932. Outras instituições, também sob administração do Ministério da Cultura, se dedicam ao fomento das artes, letras e ciências. Diversos museus conservam o rico patrimônio cultural legado pela antiga civilização.
Passeios :
• As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.
• A Esfinge.
• Um cruzeiro pelo Rio Nilo na felluca (tradicional veleiro egípcio).
• Uma visita ao Mar Vermelho.
• Os recifes do Estreito de Tirana.
• Parque Nacional Marinho de Ras Muhammad, onde se pode mergulhar.
• Os templos de Luxor e Karnak, para saber sobre o passado dos faraós.
• Um passeio de camelo pelo deserto.
• O Vale dos Reis, com túmulos de 64 faraós.
• A represa de Assuã.
• Deir el-Bahri, monumento que abriga os restos da rainha Hatshepsut.
• A capital Cairo e
• O museu do Cairo.
Presenciar a grandiosidade dos monumentos históricos, contemplar a história viva, estar diante da História Antiga, passear sobre o sol do Saara no lombo de um camelo (tem duas corcóvas... rsrsrsrs...) é uma realização, um aprendizado intensivo e solidificante, que representa também uma realização pessoal...

Silvia Bonini.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Jerusalém

Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria." (Salmos 137:5-6)

Jerusalém capital de Israel e sede de seu governo, é a maior cidade do país. Seus 634.000 habitantes (dos quais 14.000 são cristãos) constituem um mosaico de diversas comunidades nacionais, religiosas e étnicas. Jerusalém é uma cidade com sítios históricos cuidadosamente preservados e restaurados e modernos edifícios, bairros em constante expansão, zonas comerciais, centros comerciais, parques industriais de alta technologia e áreas verdes bem cuidadas. É uma cidade antiga e moderna ao mesmo tempo, com tesouros do passado e planos para o futuro.

A santidade de Jerusalém é reconhecida pela três grandes religiões monoteístas - o judaísmo, o cristianismo e o islã - mas a natureza desta santidade difere nas três crenças.

Para o povo judeu, a própria cidade é santa. Escolhida por Deus em sua aliança com David, Jerusalém é a essência e o centro da existência e continuidade espiritual e nacional judaicas. Durante 3.000 anos, desde o tempo do Rei David e da construção do Primeiro Templo por seu filho, o Rei Salomão, Jerusalém tem sido o foco da prece e da devoção judaicas. Há quase 2.000 anos os judeus se viram na direção de Jerusalém e do Monte do Templo quando rezam, onde quer que estejam.

Para os cristãos, Jerusalém é uma cidade de Lugares Santos associados a eventos da vida e ministério de Jesus e ao início da igreja apostólica. Estes são locais de peregrinação, prece e devoção. As tradições que identificam alguns destes sítios datam dos primeiros séculos do cristianismo.

Na tradição muçulmana, o Monte do Templo é identificado como "o mais remoto santuário" (em árabe: masjid al-aksa), de onde o profeta Maomé, acompanhado pelo Anjo Gabriel, fez a Jornada Noturna ao Trono de Deus (Alcorão, Surata 17:1, Al-Isra).

A Lei de Proteção dos Lugares Santos (5727-1967) garante a liberdade de acesso aos locais sagrados para os membros das diferentes religiões.

A soberania judaica sobre a cidade terminou no ano 135, com a repressão da Segunda Revolta Judaica contra Roma; e só foi restaurada em 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido. Durante todos aqueles séculos, Jerusalém esteve sob o domínio de poderes estrangeiros. Contudo, através dos tempos, sempre houve judeus vivendo em Jerusalém, e desde 1870 eles constituem a maioria da população da cidade.

Em conseqüência dos combates durante a Guerra da Independência, em 1948, e a subseqüente divisão de Jerusalém, as sinagogas e academias religiosas históricas no Quarteirão Judaico da Cidade Velha foram destruídas ou seriamente danificadas. Com a reunificação da cidade após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, elas foram restauradas e o Quarteirão Judaico reconstruído.
Hoje em dia, Jerusalém é uma cidade movimentada e vibrante. É um centro cultural de renome internacional, que oferece festivais de cinema e artes dramáticas, concertos, museus singulares, grandes bibliotecas e convenções profissionais.

"Três mil anos de história nos contemplam hoje, na cidade de cujas pedras a antiga nação judaica se ergueu; e deste ar puro da montanha, três religiões absorveram sua essência espiritual e sua força...

"Três mil anos de história nos contemplam hoje, na cidade onde as bênçãos dos sacerdotes judeus misturam-se aos chamados dos muezins muçulmanos e aos sinos das igrejas cristãs; onde em cada alameda e em cada casa de pedra foram ouvidas as admoestações dos profetas; cujas torres viram nações se erguerem e cairem - e Jerusalém permanece para sempre...

"Três mil anos de Jerusalém são para nós, agora e eternamente, uma mensagem de tolerância entre religiões, de amor entre os povos, de entendimento entre as nações..." (Yitzhak Rabin, setembro de 1995).

No correr dos séculos, Jerusalém foi conhecida por muitos nomes que expressam admiração e reverência. O mais adequado é "Cidade da Paz".
Está chegando o grande dia!!!!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008


"Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado."

Millôr Fernandes

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável.
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



Augusto dos Anjos

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Naturalidade

Europeu, me dizem.
Eivam-me de literatura e doutrina
europeias
e europeu me chamam.
Não sei se o que escrevo tem a raiz de algum
pensamento europeu.
É provável... Não.
É certo,
mas africano sou.
Pulsa-me o coração ao ritmo dolente
desta luz e deste quebranto.
Trago no sangue uma amplidão
de coordenadas geográficas e mar Índico.
Rosas não me dizem nada,
caso-me mais à agrura das micaias
e ao silêncio longo e roxo das tardes
com gritos de aves estranhas.
Chamais-me europeu?
Pronto, calo-me.
Mas dentro de mim há savanas de aridez
e planuras sem fim
com longos rios langues e sinuosos,
uma fita de fumo vertical,
um negro e uma viola estalando.

Rui Knopfli (1932-1997)

Eis a questão da identidade e o forte elemento eurocêntrico na formação da identidade negra.
No poema, o "eu" lírico questiona a existência de uma identidade negra, diante da assimilação da cultura européia.
Observa-se um sujeito híbrido, por não se reconhecer como europeu e por não ter internalizada a sua cultura.
O título "Naturalidade" (de naturalização) demonstra o desejo de se resgatar como sujeito nacional e, assim, constituir uma identidade... a identidade dos excluídos.
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Muito estudo, muita leitura, muita ocupação...
pouco tempo, pouco divertimento, pouca reflexão...
Estou no "meio termo"...
Um quase nada, um pouco de tudo, um muito de todo...
Estou híbrida.
S.B.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Incompreensão

"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo.
Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso.
A única magia que existe é a nossa incompreensão."
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Vencedor

Olha lá quem vem do lado oposto
E vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
Sãos e salvos de sofrer

Olha lá quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar

Eu que já não quero mais ser um vencedor,
Levo a vida devagar pra não faltar amor

Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?

E eu que nunca fui assim
Muito de ganhar
Junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz


http://www.youtube.com/watch?v=VLPURvCvPP0

Visitando o blog de uma "amiga virtual", que adora a banda "Los Hermanos", postei um comentário, que ficou "martelando" na minha cabeça... então resolvi me justificar!!!
Um discurso, para que constitua um forte argumento, necessita, além de um bom conteúdo, tembém de dois fatores: a compreensão do intérprete e a coerência com os demais elementos do texto.
Todo texto tem lacunas, que são completada pelo intérprete. A intertextualidade é esse diálogo que o discurso produz com outros textos e que criam o discurso de quem está interpretando.
Assim, os compositores da banda "Los Hermanos" produzem um diálogo intertextual ambígüo, pois as pressuposições que compõem o discurso, muitas vezes, não fazem parte do universo de conhecimento do ouvinte. Tal fato se observa nos comentários pertinentes ao show e à música.
As pressuposições são difíceis de serem desafiadas, pois são tomadas como tácitas pelo produtor do discurso, baseadas sempre em relações intertextuais com textos prévios. No exemplo da música, ora postada, tem-se "O Vencedor" como verdade absoluta, mas não se indaga a quem ele serve, quem lucra com "os vencedores", quais são os mecanismos de perpetuação desta condição... Enfim, torna-se necessário que o ouvinte complete estas lacunas e estabeleça tal diálogo para, assim, compreender a informação que está contida no discurso.
O interessante na banda "Los Hermanos", a qual passei a analisar há pouco tempo, é a formação de cadeias intertextuais variadas, compostas de pressuposições, negações, metadiscursos, ironias, entre outras...
Retomando ao tema "O Vencedor", a ironia objetiva demonstrar a disparidade entre o enunciado e a sua função real, que é a de expressar (ou denunciar) a atitude negativa de subserviência e conformidade... Contudo, cumpre repisar, tal reconhecimento depende da capacidade de os intérpretes dialogarem com a letra...
Não posso deixar de apreciar, não obstante minhas restrições pessoais, a produção discursiva da banda e o papel de reconstituir, reproduzir e desafiar as práticas sociais.
S. B.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A miséria do meu ser

A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.


Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.


É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim.
Mas isto é crível?


Fernando Pessoa