sábado, 11 de agosto de 2007

Difícil aprendizado

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Quem namora agrada a Deus

Quem namora agrada a Deus, namorar é a forma bonita de viver um amor. Não namora quem cobra, nem desconfia. Namora quem lê nos olhos e sente no coração as vontades saborosas do outro. Namora quem se embeleza em estado de amor. Namora quem suspira, quem não sabe esperar, mas espera. Namora quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão.

Namora quem ri por bobagens, quem sente frio e calores nas horas menos recomendáveis. Não namora quem ofende e transforma a relação num inferno, ainda que por amor.

Amor às vezes entorta, sabia?

Namorados que se prezam têm sua música e não temem se derreter quando ela toca. Ou se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem.

Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro, mordem o mesmo pastel, dividem a empada, bebem no mesmo copo. Apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro ou lhes parecem ridículas nos outro. Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. Namora quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou.

Flores, árvores, a santidade, o perdão, Deus, tudo fica mais fácil para quem de verdade sabe o que é namorar. Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor.

Namora quem diz: “precisamos muito conversar” e quem é capaz de perder tempo, muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado, degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias com uma vontade doida e estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais. Namora quem fala da infância e da fazenda das férias, quem aguarda com aflição o telefone tocar e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro “trim”.

Namora quem namora, quem à toa chora, quem rememora, quem comemora datas que o outro esqueceu. Namora quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem, de rio gelado e parque de diversões. Namora quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de tanto amar.

(Texto: Artur da Távola)

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

CERTEZA

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que ele estava sempre começando...
A certeza de que era preciso continuar...
A certeza de que seria interrompido antes de terminar....

Fazer da interrupção um caminho novo ...
Fazer da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

*Fernando Sabino

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo munto é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficaram as mágoas na lembrança.
E do bem (se algum houve...) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto.
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luis de Camões

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Maturidade

A maturidade:
apenas uma concha vazia que se aproxima.
Um novo modo de habitar o mundo
posto que és um homem acostumado ao trabalho
e tua vida está completa.
Um doce fastio no fim da tarde
e voltas do trabalho de mãos vazias,
olhos vazios, vazia paisagem.
Tantos compromissos econômicos,
de família, de política,
amizade, amor e procura de vida.
Já nada te consome ou dilacera.
A angústia se tornou inútil.
Todas as palavras ditas,
todos os versos já escritos.
Maturidade.