"Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos".
Luís de Camões
Frase tão antiga...
A humanidade é tão previsível,
que, mesmo após quinhentos anos, ainda
consegue repetir os erros do passado...
Confesso! Não sei se este ano foi bom ou ruim...
Só sei que foi um ano inusitado...
Quantas informações novas,
Quantas pessoas eu conheci, ou melhor,
"concebi", porque passei a senti-las de verdade.
Quantas pessoas eu perdi! Não... se dissiparam
da minha vida, pois em verdade nunca as conheci.
Quantos ganhos e perdas...
Quantas perdas com ganhos...
Fazendo o balanço de final de ano,
de certa forma, o saldo foi positivo.
S.B.
Este blog se destina a compartilhar cultura e conhecimento através da interação e do aprendizado mútuo.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
RECEITA DE ANO NOVO
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar elo seu interior) novo, espontâneo,
que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come,
se passeia, se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade,
recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila
e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
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