sábado, 20 de dezembro de 2008

Feliz Natal!

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.
Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.
O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.
Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Oficialmente Velho


Neste mês de dezembro completo 70 anos. Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas. De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.


Mas há um outro lado, mais instigante. A velhice é a última etapa do crescimento humano. Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.


A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer. Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: "na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenesce o homem interior"(2Cor 4,16). A velhice é uma exigência do homem interior. Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Esta identidade devemos encará-la face a face.


Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis. Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao "silêncio obsequioso" e outros papéis mais. Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos: Afinal, quem sou eu? Que sonhos me movem? Que anjos que habitam? Que demônios me atormentam? Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério? Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações vem à lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.


Este é o desafio para a etapa da velhice. Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida. Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.


Por fim, importa preparar o grande Encontro. A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte. Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia. Aí saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.


Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: "contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade".


Por fim, alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião: o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue; e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:"eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver". Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo: Mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.


Leonardo Boff


Disponível em: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=147154. Acesso em: 12 dez. 2008.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Encerrando ciclos...

A graduação está no fim...

Domingo tiramos as fotos da formatura para os convites, mas não são todos que farão a cerimônia.

Ontem, eu e a Lúcia (minha amiga de sala de aula e de shopping... rsrsrsrs....) fizemos o nosso último passeio juntas... Aquele passeio fugido no meio das aulas, para ver uma sandália, uma blusinha, ou aquele presentinho que esquecemos...

Sabemos que a amizade permanecerá, mas será diferente...

Enfim, encerrando os ciclos...






quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cultura

O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.
O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra.
O leitão é um porquinho mais novo.
A galinha é um pouquinho do ovo.
O desejo é o começo do corpo.
Engordar é tarefa do porco.
A cegonha é a girafa do ganso.
O cachorro é um lobo mais manso.
O escuro é a metade da zebra.
As raízes são as veias da seiva.
O camelo é um cavalo sem sede.
Tartaruga por dentro é parede.
O potrinho é o bezerro da égua.
A batalha é o começo da trégua.
Papagaio é um dragão miniatura.
Bactéria num meio é cultura.

(Arnaldo Antunes in "Nome" São Paulo.BMG Ariola Discos,1993)


Arnaldo Antunes é um dos poucos poetas da atualidade.
A crítica literária tende a ligar sua poesia ao concretismo
Mas, na contemporaneidade, a poesia não é ditada por
nenhuma regra ou escola literária.
Liberdade... é o comando!!!

S.B.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fotos da Qualificação

Seguem as fotos da minha Qualificação...



A Quézia levou a máquina fotográfica e me salvou...

A Dissertação de Metrado tem o título: DA DIVERSIDADE À INCLUSÃO: AS AÇÕES AFIRMATIVAS COMO POLÍTICA PÚBLICA DE RESGATE DA DIGNIDADE SOCIAL E DA
IGUALDADE RACIAL.

Banca: Professores Doutores Maria Eleva Viana, Azoilda Loretto da Trindade e Luiz Carlos Gil Esteves.

A amiga Quézia está na foto!

Apresentação da pesquisa realizada... Momento de falar!

Considerações da Banca... Momento de ouvir!

Leitura do relatório pelo Prof. Luiz ... Momento de ansiedade!
Amigos: Cláudia Nunes na primeira foto e Marcos, novo amigo, na segunda.
Melhor momento: o abraço afetuoso do meu Orientador, após aprovação para prosseguimento da pesquisa.
A vida é feita de momentos...
Esses, confesso, são inesquecíveis!
S.B.

Apaixone-se

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém".
Recebi como sendo do Lennon...
Lindíssimo texto.
S.B.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dia Nacional da Língua Portuguesa

Dia 05 foi o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Segue a chamada do CIFEFIL:


"Dando cumprimento à Lei Nº 11.310, de 12 de junho de 2006, que institui o Dia Nacional da Língua Portuguesa, o Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos promove a III Jornada Nacional de Lingüística e Filologia da Língua Portuguesa, em que esta será estudada e divulgada em todos os aspectos em que dela trate a Lingüística e a Filologia, em suas diversas especialidades".




Apresentei um trabalho sobre Análise do Discurso na Faculdade de Formação de Professores da Uerj - SG.





Trabalho: "A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DO DISCURSO".
Conheci pessoas legais, como a Simone...

A Simone apresentando seu trabalho: "A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE EM REDAÇÕES DE PRÉ-VESTIBULANDOS."

Aliás, neste ano eu conheci muita gente especial. Amigos, presenciais ou virtuais, que foram verdadeiras conquistas...

Bom final de semana...

S.B.

Qualificação

Minha qualificação foi produtiva e desafiante.

A banca foi composta por pessoas sensatas, que, embora tivessem posições epistemológicas diferentes, respeitaram a minha linha teórica.

Todas as contribuições foram pertinentes e agregadoras...

Fiquei muito feliz, mesmo sabendo que há muito trabalho pela frente...

As amigas Cláudia Nunes e Quézia compareceram... E o Marcos, orientando da Dra. Maria Elena, compareceu e ajudou bastante...

Agradeço a todos os presentes e àqueles que torceram por mim.

Obs: a minha máquina está muito ruim e todas as fotos saíram escuras, o que foi uma pena!!! Não tenho foto da banca, nem dos amigos...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aprendizado

Eu estou muito sensível esses dias... Não sei explicar o porquê, não é voluntário, mas estou diferente...

Domingo foi a prova do ENADE... Uma prova cansativa, involuntária, que nem te acresce pessoal nem profissionalmente. Bem, foi na Lapa e quem mora no Rio sabe como é: estacionamentos fechados, ruas interditadas para lazer, pedintes, para parar, e não arranharem, seu carro custa R$ 5,00 e tchau...
Encontrei algumas amigas na prova, o que foi maravilhoso, pq detesto dirigir sozinha. Na saída, o "flanelinha" já havia sumido e um doente estava passando um pano sujo no meu carro (arranhando, claro!!!), para ganhar uma graninha... Como estava irritada, aquilo me deu raiva e me lembrei que, dias antes, um menino de rua havia ameaçado quebrar o meu vidro, pq não abri a janela para dar dinheiro...
Foi quando subiu aquele ódio do mundo, então errei o caminho e foi piorando. Resolvemos parar em um shopping, para esticarmos a prova e conversarmos. O estacionamento estava reservado para o Natal!
Já imaginaram? Domingo, final de tarde, shopping cheio, metade do estacionamento reservado ao público, Kelly Key "de grátis" e Papai Noel de helicóptero...
Troquei de shopping... Um pouco mais de engarrafamento, pedintes, mau humor, e.., e... e...
Surpreendentemente um rapaz veio me pedir dinheiro, eu estava mais emburrada do que de costume... Disse que não tinha e ele falou que não queria dinheiro, mas só um sorriso...
Eu sorri e mandei um beijo... Sabem o que isso significou para mim? Que alguém foi colocado em meu caminho somente para me dizer que não havia motivo algum para tanto aborrecimento, mau-humor e irritação.
E uma luz se acendeu... Lanchei com minhas amigas, desabafamos bastante, depois cheguei em casa e estudei o máximo que pude para a prova do dia seguinte, com serenidade.
Eu não conheço os mistérios do mundo, mas estou sendo colocada a prova a todo momento...
Estou receptiva e, como não reconheço os sinais, não entendo o que acontece a minha volta, como o menino que gritou comigo e ameaçou quebrar meu vidro...
Muitas coisas aconteceram esta semana, mas muitas não posso contar, pois não me dizem respeito... são histórias alheias, que eu não repito, nem para o meu pensamento...
Outras irei postar, assim que tiver tempo, mas, antes, queria dividir este depoimento, ou, como dizem meus amigos evangélicos, este "testemunho"...
Foi uma semana difícil, mas aprendi bastante.
S. B.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.


Carlos Drummond de Andrade


Eu sou?
Você é?
Seremos?
Será?

Eu sou o tempo que passa, a vida que aflige,
as perdas que tive e as mágoas que terei.
Eu sou a dor pulsante, da materialidade iminente,
da crença distante e das verdades inexistentes...
Eu sou o medo da noite "hei de acordar em outro dia"...
Eu sou a náusea do mundo, por, muitas vezes, criar fantasias...
Eu sou um paradoxo, ou, quem sabe, a própria ironia!

domingo, 26 de outubro de 2008

O Que Há

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Eu...
Cansada...
Cansaço...
Canção...
De ninar...
De amor...
De solidão...
Eu...

S.B.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

V CONGRESSO DE LETRAS DA UERJ - SÃO GONÇALO.

V CONGRESSO DE LETRAS DA UERJ - SÃO GONÇALO. Disponível em: http://www.filologia.org.br/cluerj-sg.

De 07 a 10 de outubro.

Bem, esqueci a máquina no primeiro dia...

Apresentei o trabalho "Análise crítica do discurso no documentário 'Super size me - a dieta do palhaço'", no dia 09 de outubro.



Geralmente, os eventos ligados à Letras são mais produtivos e agradáveis.

Conheci a Análise Crítica do Discurso no mestrado e me interessei profundamente. Sempre que tenho oportunidade procuro apresentar um trabalho que englobe a ACD, os Estudos Culturais e a sociedade contemporânea.
Sou advogada e também educadora. Assim, não há como fugir do discurso...
S.B.

Congresso Brasileiro de Escritores de Língua Portuguesa

Comemoração ao Jubileu de Ouro da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro em homenagem a Machado de Assis, Guimarães Rosa, Evanildo Bechara, Stella Leonardos e Antonio Olinto.



De 23 a 25 de setembro na Faculdade CCAA - Rio de Janeiro.



Abertura:



Apresentação da mesa de 24 de setembro: Prof. Dr. José Pereira da Silva e Mestranda Silvia Bonini Pereira:




O meu trabalho foi em homenagem à Machado de Assis e se denominou "A roda dos enjeitados no conto machadiano 'Pai contra mãe'".
O CCAA não publicou os textos em mídia, logo, caso alguém tenha interesse, basta enviar um e-mail.

S. B.

VI Colóquio de Pesquisa em Educação - dias 18 e 19 de setembro.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
VI COLÓQUIO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO
“PESQUISA EM EDUCAÇÃO: desafios e perspectivas”

Chegamos no dia 17 de setembro à noite e fomos conhecer o shopping de BH...


Abertura: dia 18 de setembro de 2008. A Andréa e a Cláudia se apresentaram no primeiro dia.

Recepção no final da tarde do dia 18. Foto com o Prof. Dr. Jamil Cury:



Dia 19. Apresentação da minha pesquisa: "O processo educacional na Primeira República: o racismo desafiando a educação". O texto completo está nos anais do evento.


Recepção na tarde do dia 19. Foto do grupo com a organizadora do evento:



Grupo da Unirio...


Nossa despedida:





Este evento foi muito difícil, em termos acadêmicos.
Deu para perceber o que vem pela frente...
S.B.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.


Cecília Meireles




Ela canta... eu...
ESTUDO...
"-mais nada."

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir."

Clarice Lispector

Este que vês, engaño colorido - Este que vês, engano colorido

Este que vês, engaño colorido,
que del arte ostentando los primores,
Com falsos silogismos de coloreses
cauteloso engaño del sentido;


éste en quien la lisonja ha pretendido
excusar de los años los horrores,
y venciendo del o tiempo los rigores
Triunfar de la vejez y del olvido;

Es un vano artifício del cuidado;
es una flor al viento delicada,
es un resguardo inútil para el hado:

es una néscia diligencia errada;
es un afán caduco y, bien mirado,
es cadáver, es polvo, es sombra, es nada.



Este que vês, engano colorido,
que da arte ostentando os primores,
com falsos silogismos de cores
é cauteloso engano dos sentidos;

este em quem a lisonja tem querido
desculpar dos anos os horrores,
e vencendo do tempo os rigores
triunfar da velhice e do olvido;

é um inútil artifício do cuidado;
é uma flor ao vento delicada,
é uma inútil proteção para o destino:

é uma ilógica diligencia errada;
é um esforço caduco e, olhando bem,
é cadáver, é pó, é sombra, é nada.


Estava devendo um poema da Sóror Juana.
Nossa! Sinceramente, não sei como deixei passar.

Ah! Para não digitar (são três horas da manhã),
procurei na internet um poema (não é fácil),
e encontrei um blog, com a poesia e a tradução.

Vou colocar a fonte, por ética,
mesmo sem autorização,
mas penso ser o correto.

http://luizfelipecoelho.multiply.com/journal/item/575


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A máscara

Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra,
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.

Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.

E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca
A humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.

Augusto dos Anjos

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Educação Diferenciada e Etnoreconhecimento

Mais uma semana de Congressos e Seminários!

Esta semana eu participei do IV Seminário de Educação Diferenciada e Etnoreconhecimento e II Encontro Luso-Brasileiro de Educação, Formação e Cultura.

O Evento foi realizado na Unirio e eu apresentei a Comunicação Oral: O Brado do Branqueamento na identidade cultural negra: http://www.unirio.br/proetno/.
Confesso que esta comunicação foi mais difícil, não academicamente, pois se refere a um tema que estou pesquisando há mais de dois anos, mas...
Enfrentei alguns embates!!! Foi bom, pq a qualificação está próxima!!! Sei o que vou encontrar...
Ah! Meu pen drive não funcionou, conclusão: apresentei sem mídia e com a mente...
Mais um aprendizado!!!
Fotos da parte final das comunicações...





Perguntas aos comunicadores e debates finais.

Confraternização...
Uma comunicadora de Viçosa, outra de Itaperuna e EU da "Cidade Maravilhosa"...

domingo, 31 de agosto de 2008

Pedras no caminho? Eu guardo todas, um dia vou construir um castelo...


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)

sábado, 30 de agosto de 2008

XII Congresso de Filologia - Uerj

Eu apresentei minha cominicação no dia 29 de agosto. O resumo está na página do CIFEFIL: http://www.filologia.org.br/xiicnlf/

A Profa. Dra. Fátima Helena foi me assistir...

Quando estou ficando desesperançosa com as pessoas, sempre aparece alguém que me surpreende e emociona.

A Profa. Fátima já havia apresentado sua comunicação durante a semana, porém, mesmo tendo ministrado aula até às 23 horas do dia anterior foi à Uerj, apenas, para me assistir.

Fiquei muito emocionada! Pois, as respostas surgem de onde não esperamos!!!

Foi uma semana verdadeiramente proveitosa...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

Aniversário do Douglas

Ontem foi a festa de aniversário do meu rapazinho...
Foi um dia cansativo e preocupante... Como choveu!!!!
Fiquei com medo de a festa ficar vazia,
mas vários amiguinhos compareceram e
as crianças se divertiram muitooooo...
Um verdadeiro "clube do bolinha"!!!!
Já as minhas amigas pessoais faltaram quase todas!
Ah! A Gilda veio com a filha, mesmo com aquela chuva.
E a Vânia e a Lielsa vieram depois do trabalho,
porque a chuva fez com que elas pudessem sair mais cedo.
Adorei!!!
As outras, que não tem filhos (ou estes já estão crescidos)
não compareceram...
Devem ser feitas de açúcar ou fazem parte daquele grupo
"que não vai pra escola quando chove..." Rsrsrsrs...


Enfim, as pessoas não compreendem que fazemos festa
para festejar os amigos,
muitos só vemos um vez por ano,
para relembrar a infância com a família,
para ver os filhos e, até, os netos dos amigos
brigando, digo, brincando... Rsrsrsrs...
Bem, foi um dia feliz e lamento que alguns
preferiram não partilhá-lo comigo...

Vou estudar!!!!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
e do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade

Este poema resume minha trajetória acadêmica...
Nação, negro, gramática, professor, aluno... BRASILEIRA!



quarta-feira, 30 de julho de 2008

Comercial da Honda

O comercial eu recebi de um amigo e vale a pena compartilhar!

Estou postando a explicação do Marcelo.

Divirtam-se!

Amigos,
Assista ao comercial de 6 milhões de dólares!
"Vale a pena ver de novo o melhor comercial de carro, jamais feito... Não houve manipulação de computação gráfica ou truques digitais. Sucedeu em tempo real exatamente como se vê. A gravação teve 606 tentativas. Nas primeiras 605 tentativas sempre ocorreu algo de menor importância que não funcionou. A equipe de gravação passou semanas, dia e noite, e estava quase desistindo e trocando de objetivo. O apoio mútuo os manteve unidos. Esta gravação custou 6 milhões de dólares e consumiu 3 meses até terminar, incluindo a engenharia de planificação completa de uma única seqüência. Além disso, este anúncio dura 2 minutos e já está se tornando no mais distribuído pela Internet. Existem no mundo somente 6 Hondas Accord fabricados à mão.Um deles foi utilizado na gravação.
Realmente sensacional,
Marcelo.

sábado, 26 de julho de 2008

Olheiras!!!

A minha amiga Carol comentou sobre as minhas "olheiras"...

Juro que eu sabia que cursar um Mestrado seria "pauleira",

principalmente em uma área nova para mim.

Porém, está sendo um pouco pior do que eu supunha...

Eu já li uns quarenta livros (verdade!) e toda semana chega um novo

(velho, pq muitos são da "Estante Virtual". Rsrsrsrs) aqui em casa.

E a Língua Portuguesa, então? Quem disse que português é fácil?

Nada disso!!! Há livros que são verdadeiros códigos,

além das novas vertentes que estão tomando corpo,

como as provas com ênfase em Lingüística.

E, ainda, para piorar, há o acordo ortográfico,

que eu ainda não estudei...

Não vou ficar aqui comentando sobre as minhas dificuldades

acadêmicas, porque eu adoro esse compromisso..., essa correria...

O que acontece é que vivo a 100 km por hora, ou seja, não durmo!

A minha cabeça fica cheia do que li, do que tenho para ler,

do que pretendo escrever, do que tenho de corrigir.... Ufa!!!

Neste ponto eu volto para as "olheiras"...

Bem, estas sempre estiveram presentes em minha vida

(são de família!), só que ultimamente estão horríveis! Enormes!

E, se alguém acha que as olheiras da foto estão feias,

foi porque não viram a minha carteira de motorista,

que renovei semana passada!

Parece que levei dois socos nos olhos!

Rsrsrsrsrs...

Porém, os meus amigos da EMERJ conhecem a minha tese:

(que eu vou partilhar aqui)

"Quando a aparência está ruim é porque a pessoa está pronta!"

É assim que me sinto: feia e pronta!
Beijos, Carol...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Envelhecendo?

Esta foto foi tirada no último final de semana! Foi o aniversário de 01 ano da Yasmin...

A linda aniversariante é neta da minha amiga Mônica. Isso Mesmo! Eu já tenho amigas que são avós (e meu filho, ainda, vai fazer 09 anos...).

A mãe da Yasmin (Priscila) foi a minha daminha... Como o tempo passa, não passa?

Volta às aulas!

Minhas aulas recomeçam hoje!
Dia 23 de julho???
E o Douglas entrou de férias no dia 18...
O bom é que estou iniciando o último período do curso de Letras.
Assim, no final do ano, estarei me graduando
e concluindo mais uma etapa da minha vida acadêmica.
Já estou com saudades...

domingo, 20 de julho de 2008

Feliz Dia do Amigo!

O dia mais belo? Hoje.
A coisa mais fácil? Errar.
O maior obstáculo? O medo.
O maior erro? O abandono.
A distração mais bela? O trabalho.
A pior derrota? O desânimo.
Os melhores professores? As crianças.
A primeira necessidade? Comunicar-se.
O pior sentimento? O rancor.
O mais belo presente? O perdão.
A sensação mais agradável? A paz interior.
A força mais poderosa do mundo? A fé.
A mais bela de todas as coisas? O amor.
(Autor Desconhecido)
A todos os meus amigos...
Presentes ou ausentes...
Próximos ou distantes...
Conhecidos ou não...
Os que me querem bem...
Aqueles que nem sei quem são...

S. B.

sábado, 19 de julho de 2008

Feroz!


É assim que me sinto...
Feroz, mas na defensiva...
Com força, e com medo...
Pronta para abater e ser abatida!

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
pois o resto não nos pertence.


Cecília Meireles

terça-feira, 15 de julho de 2008

Jornada Histedbr...

Nos dias 07 e 08 de julho aconteceu a VIII Jornada Histedbr, em São Carlos/SP.



O meu texto foi selecionado e viajei com minha amiga Andréa, juntamente com duas professoras da Unirio, para apresertarmos nossos trabalhos...


Em São Paulo conheci o Alexandre... Embora ele estude na Unirio (turma 2008) só tive o prazer de conhecê-lo em São Carlos...
O tema do meu trabalho foi: ASPECTOS HISTÓRICO-LEGISLATIVOS DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL: UMA TRAJETÓRIA DE OBJEÇÃO À DESIGUALDADE RACIAL. O trabalho pode ser encontrado nos anais do evento!
Eu... apresentando a comunicação!
Ah! Não contei, mas foi o meu primeiro evento de grande porte... DEBUTEI!

As Prof. Dras. Nailda Bonato e Angela Martins (Unirio); e um dos coordenadores do evento, o Prof. Dr. José Claudinei Lombardi (que foi o orientador da Profª Nailda no doutorado)...
Adorei a UFSCAR...
A viagem foi maravilhosa e o nosso grupo divertido e descontraído. Não obstante nossa seriedade de propósitos... E os trabalhos??? Riquíssimos e atuais...
Muita troca!!!