Mude,
mas comece devagar,
porque a direção é mais importanteque a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lugar da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
Procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente...
Clarice Lispector
Este blog se destina a compartilhar cultura e conhecimento através da interação e do aprendizado mútuo.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Vou explicar:
A plenitude dos sentimentalismo e das paixões atingiu seu ápice na Segunda Geração do Romantismo. Autores, entre eles Álvares de Azevedo, influenciados pelos românticos europeus, como Byron e Musset, representam o Ultra-Romantismo ou “Mal-do-Século”, caracterizado por uma poesia melancólica e sentimental, expressão do pessimismo e da descrença na sociedade.
Diante do tédio pela vida e de uma obsessão pela morte, a poesia desta geração tem cunho egocêntrico e demonstra as tristezas e as frustrações destes poetas, que não encontravam lugar neste mundo...
Como eu sempre digo aos meus amigos: "pensar dói, ser dói...", eis o exemplo caracterizado em toda uma geração.
Imitação
O tempo alegre corria
Da infância nos anos meus;
O céu azul me sorria;
Que esperança, oh meu Deus!
Via uma verde campina,
Nele uma flor peregrina;
Tinha uma crença querida,
Sonhava glórias brilhantes,
No porvir da minha vida.
Dias de gozo e ventura,
Manhãs de purpúrea cor,
Tardes de elísia doçura,
Noites de ameno frescor;
O sol doirado fulgindo;
A lua argêntea luzindo;
Tudo, tudo prometia
Alegrias amorosas;
Canções do céu tão mimosas!
Tudo, tudo repetia.
Haver pensara no mundo
Uma sincera afeição
Amor leal e profundo,
Santo amor do coração;
Sonhava fruir delícias,
Ternas e meigas carícias;
Mulheres belas gozar,
Mais belas que a do Profeta,
Puro amor como o de poeta
Rendido lhes consagrar.
Álvares de Azevedo
O tempo alegre corria
Da infância nos anos meus;
O céu azul me sorria;
Que esperança, oh meu Deus!
Via uma verde campina,
Nele uma flor peregrina;
Tinha uma crença querida,
Sonhava glórias brilhantes,
No porvir da minha vida.
Dias de gozo e ventura,
Manhãs de purpúrea cor,
Tardes de elísia doçura,
Noites de ameno frescor;
O sol doirado fulgindo;
A lua argêntea luzindo;
Tudo, tudo prometia
Alegrias amorosas;
Canções do céu tão mimosas!
Tudo, tudo repetia.
Haver pensara no mundo
Uma sincera afeição
Amor leal e profundo,
Santo amor do coração;
Sonhava fruir delícias,
Ternas e meigas carícias;
Mulheres belas gozar,
Mais belas que a do Profeta,
Puro amor como o de poeta
Rendido lhes consagrar.
Álvares de Azevedo
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
A lagartixa
A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale tudo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
Álvares de Azevedo.
Ganhei vários livros de presente ontem,
um deles foi "Poemas Escolhidos" de Álvares de Azevedo.
Esta poesia estava contida neste livro,
presente de um AMIGO incomparável...
Um amigo parecido comigo,
que sofre por não se sentir inserido neste mundo,
que não compreende por que pessoas vem e vão,
sem explicar a razão.
Que se doa, sem esperar nada em troca, além
de um telefonema ou de um tchau...
Que tenta justificar as atitudes alheias,
através de seus próprios atos...
Álvares de Azevedo também se sentia assim...
Como nada na vida é por acaso, acredito que
este livro veio para mim por algum motivo...
Nem que seja para eu ficar exposta ao sol!!!!
Silvia Bonini.
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale tudo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
Álvares de Azevedo.
Ganhei vários livros de presente ontem,
um deles foi "Poemas Escolhidos" de Álvares de Azevedo.
Esta poesia estava contida neste livro,
presente de um AMIGO incomparável...
Um amigo parecido comigo,
que sofre por não se sentir inserido neste mundo,
que não compreende por que pessoas vem e vão,
sem explicar a razão.
Que se doa, sem esperar nada em troca, além
de um telefonema ou de um tchau...
Que tenta justificar as atitudes alheias,
através de seus próprios atos...
Álvares de Azevedo também se sentia assim...
Como nada na vida é por acaso, acredito que
este livro veio para mim por algum motivo...
Nem que seja para eu ficar exposta ao sol!!!!
Silvia Bonini.
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