sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sensações

Sensacões, como são difíceis de serem expressas... O coração bate tresloucadamente, as mãos suam, nervos a flor da pele e aquela incerteza latente: ligar ou não ligar? E se ele não lembrar de mim? E se simplesmente me ignorar??? O que fazer... Coração retumbando dentro do peito, ansiedade pura, pulsação como se tivesse acabado de correr uma maratona... E então ela decide: vou ligar e seja o que Deus quiser! Levanta de sua mesa de trabalho, atrolhada de processos complicadíssimos que destrincha com a maior facilidade e o medo se apodera dela... Não vou desistir, hoje eu vou ligar... Seus dedos tremulam ao digitar os números, código da operadora, 2 números, código da área, + 2, número do telefone, + 08, são doze intermináveis números que ela digita durante os quais ela simplesmente não raciocina para não desistir. Números discados, telefone chamando, toca uma, duas, três, ela já até está querendo desligar pensando “viu, ele não atendeu, a culpa não foi minha”! Quando ouve um alô do outro lado, daquela voz tão conhecida, jamais esquecida, apesar do tempo passado, ela tira uma forca que não sabia que possuía e comeca a falar... Primeiro coisas triviais, “ como tu estás, e o trabalho, saúde?” E todo aquele papo educado que aprendemos a ter, como dizem os franceses “come il faut”... Perguntas que vão, respostas que vêm, questões respondidas e o tempo passando e ela pensando: “eu não vou conseguir...” Mas ela é uma mulher determinada, que aprendeu a lidar melhor com suas emoções e que acha extremamente injusto esconder seus sentimentos dos outros e de si própria... Então menciona: “isto não têm nada a ver com você, eu é que preciso te dizer isso...” respira fundo e solta o verbo, com uma coragem que vem das entranhas: “tu não sabes como eu te amei naquela época...”, ela nunca havia dito isso com todas as palavras: EU TE AMO! Apesar das atitudes indicaram, os olhos falarem, mas a boca era reprimida... Não conseguia dizer durante todos os momentos apaixonados e maravilhosos vividos, essas palavras mágicas... ela ainda era uma menina-mulher, confusa, apaixonada... e achava que não dizendo isso, deixava de entregar o que já havia sido entregue há muito tempo: sua alma, seu coração e seu corpo... Quanta bobagem... só o tempo e a experiência a deixaram ver isso... Vitória ! Ela disse! Conseguiu! Está em paz com sua consciência. Disse a quem nunca havia dito que o amava, apesar de um atraso de dez anos, mas isso é detalhe! Ela deixou de dizer, ele deixou de ouvir, será que mudaria algo??? Agora isso não interessa... Ele pareceu um pouco perturbado e diz que ficou emocionado... Retribui com o velho jargão “eu também gostei muito de ti”... Ela não acredita que cumpriu a missão que tinha estabelecido para si mesma, então se despede: “um beijo para ti” e desliga. Volta para sua sala, senta em sua mesa, em frente ao seu computador, como se nada tivesse acontecido! Tudo parece igual, seus colegas sérios trabalhando, os processos se avolumando e ela tenta se concentrar, seus olhos enchem de lágrimas, ela havia vencido mais uma batalha! Ela era uma mulher de verdade que não esconde o que sentiu, sente e sentirá! Cresceu e amadureceu! Se parabeniza mentalmente e pensa: “a liberdade realmente é azul!”

Martha Medeiros


Não importa qual a sua dor, qual o seu sofrimento, a única pessoa a quem não podemos mentir somos nós!!!! Então, não esconda seus sentimentos, mesmo diante da indiferença alheia, das máscaras criadas, do tempo decorrido...
Ah!!! Mas ser sincero tem um preço, certamente você ficará na dúvida... o que será que ele/a pensou do que falei? O que signifiquei (ou significo) para ele/a? Será que ele/a merecia minha verdade?
Não interessa!!! Diga a verdade SEMPRE, por você e não por ele/a, pois não há nada a perder, além do que já se perdeu...
S. B.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida, quando li esse texto não acreditei, é totalmente é a minha cara e pra mim, como estou me sentindo hj e nos últimos dias... Vc sabe bem, né? Ai... Não tá fácil em nada, nem no trabalho! Um beijo amiga! Amo-te!