terça-feira, 14 de agosto de 2007

DUALIDADE

Sei que é amor, meu amor... porque o desejo
o meu próprio desejo tão violento,
dir-se-ia ter pudor, Ter sentimento,
quando estás junto a mim, quando te vejo.

É um clarim a vibrar como um harpejo,
misto de impulso e de deslumbramento.
Sei que é amor, meu amor... porque o desejo
é desejo e ternura a um só momento.

Beijo-te a boca, as mãos, e hei de beijar-te
nessa dupla emoção, ( violento e terno)
em que minha vida se reparte,

- e a perceber, meu estranho ardor,
que há uma luta entre o efêmero e o eterno,
entre um demônio e um anjo em todo amor!

(J.G Araújo Jorge)

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